O Concílio de Jerusalém.

DEFINIÇÃO

Primeiramente, compete definir o significado da palavra concílio.

Desde já, destacamos que a palavra tem origem etimológica no latim concilium e significa associação, assembleia, entrevista. Acompanhamos, no contexto religioso, a definição como uma “Assembleia do alto clero para tomar decisões disciplinares ou de fé (Fonte: Dicionário Priberam).

O PROBLEMA

Antes de tudo, o Concílio de Jerusalém surgiu diante de uma contenda quando alguns seguidores de Jesus Cristo, judeus, pensaram que os seguidores não judeus teriam que ser circuncidados para a salvação.

Entretanto, a questão da circuncisão não foi simples, pois envolvia tradições antigas.

Ao mesmo tempo, foi questionado se os gentios deviam observar ou não outras regras dos judeus. De antemão, esclarecemos que “gentios” “designa um grupo de não judeus” (Fonte: Wikipedia).

FINALIDADE DO CONCÍLIO 

Em síntese, estes fatos criaram um grande problema, gerando sério conflito entre os apóstolos.

Por outro lado, os mesmos apóstolos não queriam criar desunião no que chamavam de “corpo de Cristo”.

Sendo assim, para evitar este “racha” na Igreja primitiva, os apóstolos decidiram pelo Concílio.

Paulo e Barnabé foram a Jerusalém para debater a situação dos gentios com os líderes das igrejas.

Neste sentido, destacamos que Paulo foi o maior expoente na divulgação do cristianismo para os não judeus ou gentios.

PROVAS DA EXISTÊNCIA DO CONCÍLIO DE JERUSALÉM

Não existem muitos documentos, ao menos do conhecimento deste autor, que comprovam a existência do Concílio de Jerusalém fora do Livro Sagrado.

Sendo assim, nos prenderemos principalmente ao que descreve a Bíblia a respeito deste tema.

Entretanto, o historiador Paul Johnson diz que o Concílio de Jerusalém, ou Conferência Apostólica foi o primeiro ato político na história do cristianismo e o ponto de partida para a reconstrução de suas origens religiosas e históricas, por ter representado a primeira tentativa de organização dogmática da Igreja primitiva. Paul Bede Johnson, mais conhecido como Paul Johnson, foi um jornalista, historiador e escritor inglês. Tem grande prestígio acadêmico. (Fonte: Wikipedia).

Portanto, seguimos pela premissa de que o Concílio de Jerusalém foi um fato histórico primordial na História do Cristianismo.

Voltando ao contexto bíblico, este Concílio encontra-se em Atos 15, realizado em Jerusalém, aproximadamente em 49 depois de Cristo:

Podemos considerar que Jerusalém foi o primeiro centro da Igreja Cristã.

O OBJETIVO DO CONCÍLIO DE JERUSALÉM

O debate sobre a Lei Mosaica incluiu, especialmente, à circuncisão masculina.

Logo de início, devemos observar que existe toda uma conotação religiosa e tradicional no ato da circuncisão.

Provavelmente, até aquele momento, a maioria dos seguidores de Jesus ainda fosse judia.

De forma que o Concílio de Jerusalém ocorreu devido a crescentes debates sobre se os gentios convertidos ao cristianismo deveriam aderir às leis judaicas, especialmente à circuncisão, como parte de sua fé em Jesus Cristo.

Neste sentido, a questão real surgiu à medida que o cristianismo expandia a aquisição de novos seguidores entre os gentios.

Os cristãos judeus estavam preocupados porque os gentios os superariam em número.

Havia também uma preocupação no enfraquecimento dos padrões morais entre os cristãos, caso não seguissem todos as leis judaicas. 

De fato, a situação criou tensões entre os seguidores de Jesus de origem judaica e os novos convertidos gentios.

OS PARTICIPANTES DO CONCÍLIO

Os representantes do Concílio de Jerusalém eram das igrejas de Jerusalém e da igreja de Antioquia, além das figuras de Paulo e Barnabé.

Jerusalém na época do Concílio. As setas demonstram o caminho até Antioquia e depois o retorno a Jerusalém.

A DISCUSSÃO

Antes de mais nada, a questão de que os seguidores gentios de Jesus tinham que obedecer à lei de Moisés para serem salvos era extremamente delicada neste momento da história do cristianismo.

Isto porque o embate poderia ter dividido a Igreja primitiva caso a questão não fosse tratada com cuidado.

Observamos que sempre que houve um avanço de um lado que ameaçava a autoridade judaica, surgia um desconforto do lado dos judeus.

Foi o que aconteceu, pois o sucesso das “igrejas gentílicas” intensificou a controvérsia.

Apontamos que o verdadeiro problema para os cristãos judeus, não era se os gentios poderiam ser salvos.

O problema consistia em saber se os cristãos não judeus também teriam que aderir as leis de Moisés e outras tradições judaicas e o teste da obediência a estas leis era a circuncisão.

Então, formou-se o dilema. Os cristãos judeus insistiam que para a salvação, todos tinham que seguir a lei, incluindo a submissão ao rito da circuncisão.

Já os gentios não pensavam em se tornar judeus para se tornarem cristãos.

Observamos que os judaizantes, na igreja de Jerusalém, estavam sendo guiados por fariseus convertidos, que pretendiam uma religião legalista.

Já a “igreja gentílica” acreditava em uma religião baseada na fé.

Assim, Paulo, Barnabé e outros líderes acreditavam que a lei do Antigo Testamento era muito importante, mas não era um pressuposto para a salvação.

CONCLUSÃO DO CONCÍLIO

Em primeiro lugar, Atos 15 sugere que a assembleia foi convocada para debater a legitimidade da missão evangelizadora de Barnabé e Paulo entre os gentios.

Neste mesmo sentido, Gálatas 2 deixa evidente que a pretensão paulina sagrou-se vencedora.

No entanto, a prova mais contundente está na própria expansão do cristianismo para todos os povos.

Então, a partir do Concílio de Jerusalém, registrado no livro de Atos dos apóstolos, foi estabelecido que os cristãos gentios, que eram partidários de Paulo, e os cristãos judeus, seguidores de Pedro, teriam independência para continuar agindo, a fim de promover a conversão de todos os povos, como Cristo havia determinado.

Foi concluído que a lei não pode salvar.

Por outro lado, somente pela graça, pela fé em Jesus Cristo, é que qualquer pessoa pode ser salva.

De forma que o Concílio defendeu a convicção expressada por Paulo e Barnabé, de que a obediência às leis judaicas, incluindo a circuncisão, não era essencial para a salvação.

CONSEQUÊNCIAS

A consequência do Concílio de Jerusalém foi a própria expansão do cristianismo.

Caso os judaizantes tivessem vencido, os gentios seriam obrigados a se submeterem à circuncisão.

Pior ainda, caso os judaizantes vencessem, os gentios poderiam ser convertidos ao judaísmo.

Pensem que nesta hipótese, o cristianismo sofreria uma grande limitação, correndo o risco de virar uma seita dentro do judaísmo.

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