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Apresentação:
Os cristãos perseguidos representaram a consolidação do cristianismo. Verdade que a esperança de uma nova vida e os conceitos morais impostos pela doutrina cristã ajudaram a fixar a ideia dogmática da Igreja primitiva. Mas, ao dar a própria vida por esta crença foi a maior prova que os cristãos perseguidos deram da existência de Jesus.
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Contexto:
Primeiramente, Paulo seguiu para suas longas viagens missionárias, no total de quatro, onde implantou e organizou comunidades cristãs.
De modo que estas comunidades estavam antes mergulhadas na cultura helenística.
Neste sentido, o helenismo configura-se um fato importantíssimo na formação do cristianismo.
Portanto, estas comunidades adotavam costumes e rituais religiosos que passaram a fazer parte da ritualística cristã e que eram desconhecidos da fé judaica.
Contudo, como aconteceu com Jesus Cristo, a crescente ação missionária ameaçou os interesses das autoridades religiosas do sinédrio.
Antes de tudo, devemos pensar que a autoridade do sinédrio não foi restaurada na Judeia com a crucificação de Cristo.
Em outras palavras, o que as autoridades religiosas pensaram que ia acontecer com Jesus Cristo, gerou efeitos totalmente contrários.
Ao contrário, a crucificação e morte de Jesus fortaleceram e deram início ao que hoje é o cristianismo.
Ocorreu, então que diante da insatisfação das lideranças religiosas judaicas, estas novamente provocaram o Império Romano a perseguir, desta vez, não Jesus, mas os cristãos.
Seja como for, esta perseguição se deu não só pelo que consideravam crimes religiosos, mas também, e principalmente, por crime contra o Império.
Outro ponto importante foi o fato dos cristãos se recusavam a praticar o culto ao imperador.
Vale dizer que o culto ao imperador era um dos símbolos de civismo que o Império Romano buscava trazer de volta.
Então, apenas para contextualizar, crimes religiosos eram as práticas de feitiçaria e rituais considerados macabros.
Desta forma, tudo o que os cristãos não faziam passou a ser o motivo de suas perseguições.
Vejam que os cristãos naquela época já sofriam com a prática do falso testemunho, aliás, esta mesma prática condenou Jesus.
Além disso, o culto ao imperador, introduzido em Roma no início do governo de Augusto, teve uma grande importância no processo de centralização do poder e unificação do Império Romano, expandindo-se rapidamente por todas as províncias.
Deste modo, para fugirem destas perseguições, os cristãos criaram subterfúgios para preservar suas comunidades.
Assim, os cristãos reuniam-se de forma secreta em catacumbas.
De outro modo, ainda tinham que tomar precauções para evitarem pessoas se infiltrassem entre seus membros.
Outro ponto de relevância, foi a dispersão das comunidades cristãs pelo Império Romano intensificada graças à revolta contra o governo, que estourou na Judeia, em 66.
Finalmente e somente no ano 70 os romanos conseguiram controlar a revolta.
Como prova da submissão definitiva da região ao império, os romanos destruíram o templo de Jerusalém.
Neste mesmo sentido, venderam a maior parte da população como escrava para outras partes do território romano.
Entretanto, os judeus que conseguiram fugir da guerra fundaram comunidades judaicas por todo o Mediterrâneo.
Mesmo aqueles judeus que não quiseram participar da guerra tiveram também de reinventar muitas de suas práticas religiosas.
É verdade que a diáspora judaica garantiu maior autonomia às comunidades primitivas cristãs.
Relevante dizer também, que toda esta dispersão marcou definitivamente a vitória da concepção paulina sobre a pedrinha.

Foto: Acervo do autor.
A diáspora também oportunizou maior integração com a cultura helenística, como vem sendo ressaltado.
Como resultado, as comunidades cristãs se espalharam por todo o Império Romano e atraíram um número grande de fiéis que concordavam com o senso de vida comunitário que era pregado, em que a prática da caridade e a ausência de uma hierarquia religiosa garantiam maior igualdade de tratamento entre seus membros.

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