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Apresentação:
O conhecimento do Novo Testamento requer mais do que a simples leitura do texto bíblico.
Não sendo assim, tudo o que o leitor terá serão os ensinamentos morais de Jesus.
Os ensinamentos do evangelho sofrerão limites, caso o leitor não esteja atento a cultura local da época.
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Contexto:
Existem algumas passagens bíblicas pelas quais o autor deve estar atento para que saiba interpretar adequadamente o texto.
Interpretar adequadamente quer dizer entender literalmente aos olhos da época, porque tal fato se deu daquela maneira.
Um exemplo disso é porque a menção de que João Batista se alimentava de gafanhoto.
Esta informação nos ajuda a entender que esta figura tão importante no Novo Testamento pelas suas características era essênio*.
Note-se que a palavra essênio não está no texto bíblico.
Abaixo algumas curiosidades que explicam determinadas situações descritas nos Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João.
Em Mateus:
- Não existia relação sexual durante o período de noivado judaico, contudo era um relacionamento muito mais estável. O noivado era mais consolidado do que um compromisso moderno e só podia ser rompido por meio do divórcio.
2. Quem morava no deserto não hesitava em comer insetos, e o gafanhoto estava entre os alimentos cerimonialmente limpos.
Assim, os judeus eram livres para comer.
De acordo com a história, a comunidade que mais habitava em isolamento no deserto eram os essênios.
3. O sal utilizado em Israel vinha quase todo do mar Morto e era cheio de impurezas.
Estas impurezas implicavam perda do sabor.
4. Nos tempos antigos, o povo costumava esconder coisas de valor no campo.
Desta forma, evita-se o saque quando um exército se aproximava.
5. Pisar em uma sepultura significava tornar-se impuro cerimonialmente.
Por isso os túmulos eram caiados, a fim de serem vistos com facilidade, principalmente à noite.
Fonte: Bíblia de Estudo Arqueológico. São Paulo: Editora Vida. 2013, p 1557. (com adaptações do autor)
Em Marcos:
- Podia-se estabelecer uma sinagoga em qualquer cidade na qual houvesse pelo menos dez homens judeus casados.

Fonte: Bíblia de Estudo Arqueológico. São Paulo: Editora Vida. 2013, p 1591.
2. Além de rotulados como traidores, os coletores de impostos eram notáveis pela sua desonestidade. Isto os levou a serem proibidos de servir como testemunhas ou juízes e também eram expulsos da sinagoga.
3. Jesus falava aramaico, mas sem dúvida também entendia grego e lia as Escrituras no hebraico clássico.
4. Os rabinos computaram 613 regras individuais na Lei e tentavam distinguir os mandamentos “pesados” dos mandamentos “leves”.
5. Durante a Páscoa e a longa semana da festa dos pães sem fermento, a população de Jerusalém aumentava.
Estima-se que uma população de 50 mil habitantes, aproximadamente, passava para centenas de milhares durante as festividades.
6. A morte na cruz acontecia por insuficiência cardíaca.
Fonte: Bíblia de Estudo Arqueológico. São Paulo: Editora Vida. 2013, p 1621 (com adaptações do autor).
Em Lucas:
- Cada sacerdote era responsável pelo serviço de uma semana no templo, uma vez a cada seis meses.
2. Trinta anos era a idade com que um levita assumia seu serviço e em que um homem era considerado maduro.
3. Nos tempos antigos, era comum presumir que a calamidade só sobreviria aos maiores pecadores.
4. As sinagogas não eram usadas apenas para adoração e ensino, mas também para administração da comunidade. Também serviam para o confinamento de pessoas acusadas que aguardavam julgamento.
Fonte: Bíblia de Estudo Arqueológico. São Paulo: Editora Vida. 2013, p 1664 (com adaptações do autor).
Em João:
- Os mestres religiosos judaicos raramente falavam com mulheres em público.
2. Muitos judeus acreditavam que a alma permanecia próxima do corpo durante três dias após a morte. Segundo esta crença, isto se dava na esperança da alma de retornar para o corpo.
3. O costume judaico determinava três dias de luto muito pesado, depois quatro dias de luto pesado.
A partir do quarto dia, seguia-se o período de luto leve para o restante dos trinta dias.
4. Pessoas “tementes a Deus” eram atraídas ao judaísmo por seu monoteísmo e moralidade.
Mas eram repelidos por seu nacionalismo e exigências como a circuncisão.
Elas adoravam nas sinagogas, mas não se tornavam prosélitos convertidos.
Fonte: Bíblia de Estudo Arqueológico. São Paulo: Editora Vida. 2013, p 1719 (com adaptações do autor).