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Apresentação:
A cultura helenística como influência ao cristianismo.
As viagens de Paulo na divulgação dos ensinamentos de Cristo e o fato da Igreja não ter nascido em Roma.
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Contexto:
A cultura helenista foi caracterizada pela forte interação da cultura grega com as culturas locais dos povos dominados.
A cultura helenística foi mantida e alimentada com o crescimento do Império Romano.
Desta feita, não podemos menosprezar a possibilidade da interferência de outras culturas no cristianismo, em especial a cultura grega, pois conforme se expandia e aumentava a quantidade de fiéis, por meio dos discípulos de Jesus, o cristianismo ia se tornando cada vez mais eclético, pois incorporava em seus ritos e cultos elementos simbólicos de outras culturas além da judaica.
Foi nesse contexto que apareceu no cristianismo Paulo de Tarso, um de seus líderes mais significativos.
É verdade que junto com Paulo surgiu um problema histórico, pois não há evidências suas fora do contexto bíblico.
Por isso, o estudo sobre este grande personagem bíblico estará relegado a parte do Novo Testamento*.
Entretanto, todos sabem a importância histórica de Paulo para o cristianismo que, de acordo com o texto bíblico, se deu em uma de suas viagens persecutórias, ou seja, de perseguição aos cristãos.
Paulo, até então um fariseu, doutor da lei mosaica, que passava pelo caminho de Damasco quando experimentou uma epifania espiritual que levou a sua conversão ao cristianismo.
Epifania pode ser entendida como revelação.
Desta forma, de perseguidor da fé cristã, tornou-se um de seus maiores defensores.
Esta perseguição de Paulo se dava em diversos territórios, porque os judeus encontravam-se no que é conhecido como diáspora.
Diáspora pode ser entendida como dispersão do povo por questões religiosas ou políticas.
Este fato, a diáspora, irá conectar-se ao helenismo que foi falado acima.
Após a sua conversão houve um longo caminho percorrido por Paulo na divulgação e expansão histórica do cristianismo.
Após a sua conversão houve um longo caminho percorrido por Paulo na divulgação e expansão histórica do cristianismo.

Fonte: https://cdn.slidesharecdn.com/ss_thumbnails/primeiraviagemmissionariadepaulo-220429192250-thumbnail.jpg?width=640&height=640&fit=bounds
O mapa acima mostra a primeira viagem de Paulo divulgando os ensinamentos de Cristo. Neste primeiro momento, Paulo não foi até Roma.

Fonte: https://image.slidesharecdn.com/viagempaulodetarso-090707073047-phpapp01/95/viagem-paulo-de-tarso-2-728.jpg?cb=1246951869
Este segundo mapa mostra a segunda viagem de Paulo, também no seu trabalho de evangelização. Notem que nesta viagem Paulo não vai até Roma também.

Fonte: https://image.slidesharecdn.com/viagempaulodetarso-090707073047-phpapp01/95/viagem-paulo-de-tarso-3-728.jpg?cb=1246951869
Na terceira viagem de Paulo, retratada no mapa acima, Paulo ainda não irá a Roma.

Fonte: https://image.slidesharecdn.com/viagempaulodetarso-090707073047-phpapp01/95/viagem-paulo-de-tarso-4-728.jpg?cb=1246951869
Apenas em sua quarta viagem é que Paulo chega a Roma, na condição de prisioneiro, como demonstrado no mapa acima.
Estes mapas comprovam que o cristianismo não começou por Roma, mas sim por regiões periféricas, onde a notícia de Jesus Cristo e seus feitos seriam, como de fato foram, melhores recebidas.
Ao todo, Paulo visitou 27 cidades, sendo a última Roma. Este fato fará parte das discussões a respeito da origem da Igreja de Jesus.
Somem-se a este fato a questão do Novo Testamento ser escrito em grego, com algumas expressões em aramaico, e não em latim, a língua dos romanos.
A história é uma ciência, ela tem a sua sequência lógica e revela os erros e acertos da humanidade.
Outro ponto a ser considerado é a resistência dos primeiros cristãos em aceitarem a liderança de Paulo.
Lembre-se que Paulo perseguia os cristãos. Portanto, natural que pairasse uma desconfiança em relação à veracidade da sua conversão.
Não obstante ao exposto acima, Paulo apresentava novas orientações para as comunidades cristãs, especialmente o fato de levar os ensinamentos de Cristo “aos gentios”.
Este autor adota a tese de que Paulo era membro de uma comunidade judaica helenizada e pregava que o cristianismo deveria romper seus laços de dependência dogmática com o judaísmo.
Deste modo, houve uma ruptura entre as comunidades cristãs primitivas, divididas entre os seguintes princípios:
- Seguidores de Paulo, que promoviam a universalização dos preceitos cristãos e a consequente construção de sua identidade dogmática opondo-se ao judaísmo; e
- Seguidores de Pedro, que tinham o apóstolo Pedro como seu principal mentor e defendiam a vinculação do cristianismo à tradição e aos rituais judaicos.
O historiador Paul Johnson, em sua obra “História do Cristianismo”, diz que a chegada de Paulo a Jerusalém para a Conferência Apostólica ou Concílio de Jerusalém, em 49, pode ser considerada o primeiro ato político na História do Cristianismo e o ponto de partida para a reconstrução de suas origens religiosas e históricas, por ter representado a primeira tentativa de organização dogmática da Igreja primitiva.
A partir do Concílio de Jerusalém, registrado no livro de Atos dos apóstolos, ficou acordado que os cristãos gentios (partidários de Paulo) e os cristãos judaizantes (seguidores de Pedro) teriam independência para continuar agindo, a fim de promover a conversão de todos os povos, como Cristo havia determinado.
