O Sinédrio

Definição de Sinédrio

O sinédrio, de uma forma geral, era o Tribunal que mantinha o controle da população judaica segundo as suas tradições.

De acordo com o Dicio – Dicionário Online de Português, sinédrio era o Tribunal dos antigos judeus, em Jerusalém.

Em suma, definimos o sinédrio como o tribunal criminal, político e religioso, considerado o guardião da tradição religiosa judaica.

Primeiramente, Jerusalém era o centro da província judaica na Palestina, onde estava localizado o templo construído por Salomão.

Desde já fica esclarecido que a província judaica era formada desde a Galileia ao norte até a Judeia ao sul, de Jerusalém.

Este templo, o sinédrio, era controlado pelos sacerdotes e era o símbolo máximo da religião e dos rituais judaicos.

Curiosamente, apesar de conquistada pelos romanos, a Palestina funcionava com grande autonomia religiosa.

Deste modo, esta grande autonomia era exercida pelos sacerdotes judeus que compunham o sinédrio.

A Autonomia Religiosa do Sinédrio Ajudava os Romanos

Antes de tudo, a Palestina no tempo de Jesus foi primeiro governada por Herodes, o Grande.

Posteriormente, após a morte de Herodes, a região foi dividida entre seus filhos.

Ocasionalmente, contudo, o governo passava para a administração direta dos romanos, como no episódio do julgamento de Jesus, cujo prefeito era Pôncio Pilatos.

Entretanto, os princípios religiosos dos judeus e suas diversas seitas e grupos gerava uma instabilidade política muito grande.

Não é à toa, que muitos estudiosos apontam que parte do povo acreditava que Jesus Cristo os salvaria por meio de uma revolta.

Acima de tudo, contando com o apoio romano, o sinédrio garantia que a lei e os princípios judaicos fossem mantidos.

Em contrapartida, uma “certa” paz era mantida na região, o que interessava ao Império Romano.

Evidente que essa autonomia religiosa na Palestina era mantida ao custo do pagamento de um imposto ao Império.

Fonte: Bíblia King James Fiel 1611. Rio de Janeiro: BV Books, 2015, p. 1.537.

Mas, como sempre ocorreu ao longo da nossa história, certos grupos, mesmo da parte dos conquistados, eram beneficiados.

Enfim, para as autoridades religiosas, manter o controle, mesmo ao custo do pagamento de fortes impostos do povo, era interessante.

O Sinédrio como Tribunal

Assim, as questões entre os judeus eram decididas pelo sinédrio.

Mas, segundo a organização e o acordo entre romanos e judeus, nem todos os crimes poderiam ser julgados pelas autoridades judaicas.

Por exemplo, o julgamento de estrangeiros era de competência dos romanos.

Definitivamente, este fato é importante para entender o(s) julgamento(s) de Jesus Cristo e quem de fato o condenou.

A Composição do Sinédrio

Segundo alguns estudiosos, o sinédrio era composto por 71 membros que obedeciam a seguinte hierarquia:

  1. Sumos sacerdotes, compreendendo o atual e os antigos;
  2. Anciãos;
  3. Senadores, que eram aristocratas e chefes de clãs; e
  4. Escribas, compreendendo os saduceus e fariseus.

Contudo, a liderança religiosa na Judeia era dominada pelos saduceus, uma seita associada ao sacerdócio do Templo.

Em suma, este grupo ficou conhecido historicamente por sua interpretação conservadora da Torá.

Os saduceus rejeitavam ainda as tradições orais e crenças como a ressurreição dos mortos.

Do mesmo modo, com menor influência, além dos saduceus, outros grupos participavam do sinédrio, como os fariseus e os zelotes.

Os essênios compunham um grupo a parte e, apesar de não serem mencionados na Bíblia, o Livro Sagrado traz uma forte indicação de sua existência, sobretudo, na figura de João Batista.

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