Parusia. A Volta de Cristo.

Apresentação

Em primeiro lugar, a expansão do cristianismo, principalmente para os não judeus, ou gentios, foi ganhando cada vez mais adeptos.

Desde já, é importante que o estudante de Teologia tenha uma noção mínima do que foi o helenismo.

Graças a ação missionária para conquistar os não judeus e a cultura helenística, o cristianismo fincou as suas bases após a morte de seu principal nome que foi Jesus.

Simultaneamente, essas comunidades judaicas dispersas alimentaram a esperança do retorno de Jesus Cristo para a instauração do reino de Deus.

Em outras palavras, a vida das comunidades cristãs primitivas teve um fator fortemente apocalíptico.

Definição

Este fator, apocalíptico de aguardar o retorno e o julgamento de Jesus  é conhecido como Parusia, ou Parusia.

Antes de mais nada é bom que se diga que as duas formas linguísticas estão corretas: Parusia ou Parúsia.

Parúsia ou Parusia, significa a volta ou a segunda volta de Cristo, esperada com ansiedade pelos cristãos.

Entretanto, como se verá abaixo, a origem da palavra grega apresenta entonação na última sílaba.

Primeiramente, vamos a definição do termo: A palavra deriva do grego παρουσία (pronuncia-se paroussía) e significa presença ou chegada.

De antemão, fica esclarecido que o termo pode significar tanto a presença quanto a chegada, neste caso o retorno.

Seja como for, é sempre positivo estar atento as interpretações que podem ser dadas ao texto bíblico.

A presença de Jesus, ou o retorno de Jesus. A diferença na interpretação dá margem para uma gama de possibilidades.

Alicerces da Vida Cristã

Antes de tudo, o conceito é fundamental para a Teologia, porque sobre o tema está alicerçada toda a esperança cristã.

A volta de cristo representa a plenitude do Reino de Deus.

Neste sentido, o cristão deve estar preparado para este dia, segundo os evangelhos, em especial nas cartas de Paulo.

De antemão, graças ao temor do retorno de Cristo, para julgar os mortos e os vivos, os cristãos se esforçavam para viver de acordo com os preceitos ensinados por Jesus e preservados por seus apóstolos. 

A princípio, este fator representou um elemento muito positivo para a expansão da doutrina cristã.

Assim, os discípulos reuniram os ensinamentos de Cristo em epístolas que constam no cânon bíblico.

À primeira vista, a maioria destas epístolas eram paulinas e outras consideradas apócrifas.

Ao contrário do que foi afirmado acima, a doutrina de Pedro direcionada quase que exclusivamente aos judeus, não foi tão divulgada, como se presume.

Contudo, ao longo dos anos, a demora da Parusia virou um problema entre as comunidades cristãs.

Antes de mais nada, pensavam que a volta de Cristo era eminente, ao menos em um primeiro momento.

Entretanto, com o tempo e mesmo com a morte de seus primeiros discípulos, isso ainda não havia acontecido.

As Soluções Dogmáticas

Assim, os primeiros cristãos resolveram este problema de ordem espiritual de forma dogmática.

Nesse sentido, dogma é aquilo que deve ser aceito como verdade, não há opção, ou se aceita, ou não se aceita.

O primeiro dogma apresentado foi a interpretação do que estava nos escritos de Pedro, que levavam a crer na Parusia como algo que aconteceria em breve, Jesus voltaria, e o reino de Deus seria instaurado na Terra.

O segundo dogma apresentado buscou resposta nos evangelhos de Mateus e de Lucas, considerando que a volta de Cristo se daria em uma época mais distante, justamente de modo que a Igreja tivesse tempo para desenvolver sua ação missionária de evangelização. O que para alguns cristãos ainda está por vir.

O terceiro dogma apresentado considerou que a Parusia já teria se realizado, ou seja, a crucificação e a ressurreição de Jesus eram os acontecimentos finais, chamado de eschaton, e a nova vida estava disponível a todos os cristãos e àqueles que quisessem se converter.

Neste terceiro dogma, o reino de Deus já estaria instaurado entre os homens e seria representado pela Igreja Cristã e seus fiéis.

Em outras palavras, por este terceiro dogma, a única forma de fazer parte do reino de Deus seria por meio da conversão.

Este último pensamento resultou na característica missionária e catequista que vemos na história do cristianismo e a ação das comunidades cristãs primitivas.

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